Amnistia Internacional apela à FIFA que assuma os abusos no último Mundial
Em causa as condições impostas aos trabalhadores no Catar
A Amnistia Internacional apelou esta quinta-feira à FIFA para assumir os abusos aos trabalhadores no último Mundial no Catar.
Em causa está uma investigação independente apresentada no ano passado no congresso da FIFA, que revelou abusos a «centenas de milhares de trabalhadores migrantes». O jornal britânico The Guardian publicou mesmo um estudo em 2021, que concluiu que mais de 6.500 trabalhadores morreram durante a construção dos estádios do Mundial, ainda assim algo que não foi reconhecido pela organização da competição.
«A FIFA deveria publicar imediatamente e agir de acordo com a investigação que recebeu há cinco meses, admitindo as suas responsabilidades para com os trabalhadores que sofreram abusos no Campeonato do Mundo de 2022, no Catar», frisou a Amnistia Internacional em comunicado, que pede ainda para que a investigação seja tornada pública antes do congresso anual da próxima semana.
«Este atraso apenas prolonga o sofrimento das famílias que perderam entes queridos e dos trabalhadores que sofreram abusos, na execução da joia da coroa da FIFA. A FIFA não pode apagar esta dor, mas pode levar à execução de um plano que traga justiça e utilize os seus vastos recursos para remediar os danos para os quais contribuiu», disse por sua vez Steve Cockburn, responsável do departamento de Direitos dos Trabalhadores e Desporto da Amnistia Internacional, que apontou o dedo à FIFA na escolha do Catar como anfitrião do último Mundial, e que contribuiu «para mais de uma década de abusos que não foram remediados».
Dentro das quatro linhas, foi a Argentina a levantar o troféu final. O próximo Mundial, em 2026, vai realizar-se no Canadá, Estados Unidos e México.