Ambiente, Aursnes e afirmação: tudo o que disse Roger Schmidt
Treinador do Benfica fez a antevisão do jogo com o Rangers, da segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa
- O que a equipa espera do jogo e da atmosfera? O lado mental foi uma preocupação?
- É a segunda mão de um jogo a eliminar, fora, depois do empate em casa. É decisivo, uma equipa estará fora da Liga Europa. Espero um jogo mais aberto do que o primeiro. A história do jogo foi o Rangers marcar na primeira ocasião e na segunda ocasião. Ficaram por cima no jogo e defenderam mais o resultado. Tivemos de ser muito ofensivos, criámos ocasiões, mas tivemos de aceitar o empate. Começamos a zero e o vencedor estará nos quartos de final. É simples. O ambiente? Nunca estive aqui, mas li muito sobre isso. Será uma grande motivação para o Rangers, mas também para nós. Estamos preparados, já o mostrámos em jogos internacionais difíceis. Temos jogadores jovens, mas também experientes. Estamos preparados e daremos tudo para passar.
-Aurnes falou consigo sobre a decisão de renunciar à seleção da Noruega? É uma boa notícia para o Benfica e para si?
- Claro que informou, explicou-me as suas razões. Compreendi, e respeitamos a decisão. Os jogadores só têm uma carreira, e tomam as suas decisões, não só relativamente aos clubes, mas também à carreira internacional. Sentiu que era demasiado para ele. Respeito a sua decisão, compreendo as razões. É alguém que reflete muito sobre as coisas, e sabe o que faz dentro e fora do campo. Se toma esta decisão, sabe exatamente o que está a fazer. Eu respeito a sua decisão. Não digo se é uma vantagem ou não, tem uns jogos a menos, mas no fim de contas penso que não seja a principal razão.
- A propósito de Aursnes, mas numa perspetiva mais geral: a questão das laterais foi a principal falha na preparação da época?
- Claro que tivemos de mudar muito, mas fomos sempre capazes de encontrar solução. O Fredrick já fez muitos jogos na direita e na esquerda, também por causa da lesão do Bah. O Álvaro veio na pausa de inverno. Temos muitas opções e temos de tomar decisões. O Fredrik ser tão flexível é uma grande vantagem para nós. Talvez seja diferente de um lateral de raiz, mas aprecio como tem desempenhado a função. Não só pela qualidade, mas também a mentalidade, aceitar aquilo que a equipa mais precisa e estar preparado, sem dúvidas ou queixas. É muito bom ter jogadores como ele. Dá sempre opções em momentos difíceis.
- O Arsenal-FC Porto, da Liga dos Campeões, foi decisivo nos penáltis. Preparou penáltis?
- No final queremos ganhar, não interessa como. Se tivermos de jogar prolongamento ou penáltis, teremos de estar preparados, e procuramos trabalhar tudo.
- Tendo em conta o impacto das derrotas com Sporting e FC Porto, junto dos adeptos, e tratar-se agora de um jogo decisivo, sente que pode ser um momento de afirmação da equipa?
- Claro. Estamos em março. São as semanas decisivas, se queres conquistar títulos. O lado positivo é que estamos ainda em três competições. Vamos tentar dar o melhor na liga, temos a segunda mão na Taça de Portugal, e agora a Liga Europa. São semanas decisivas, claro. Estamos quase no final da época. Temos de mostrar que merecemos passar. Seria uma grande conquista. Estamos preparados para lutar pelos nossos objetivos em todas as provas.
- Espera uma abordagem diferente do Rangers?
- É um jogo diferente. É como se estivesse 0-0, não há golo fora, e será decisivo. O Rangers também sabe jogar um futebol ofensivo, acreditam na sua qualidade. Espero um jogo mais aberto, e temos de estar preparados para isso. Somos uma equipa que não se pode esconder. Temos uma ideia clara. Queremos aproveitar os 90 minutos para mostrar que merecemos ganhar. Espero uma grande atmosfera, e que a melhor equipa passe.
- Alguma equipa parte em vantagem, tendo em conta o que se passou no primeiro jogo?
- No futebol temos de olhar em frente. Não podemos olhar para o jogo da semana passada. Jogámos melhor do que um empate. O resultado foi bom para o Rangers, não para nós, o Rangers teve grande eficácia. É mérito deles, não é uma queixa. Temos é de trabalhar muito bem em campo, como equipa, a ligação entre jogadores, tanto no plano defensivo como ofensivo. Tudo é possível.»