Alverca: «Senti falta de experiência da equipa de arbitragem»
João Pereira não poupou nas críticas após o empate de ontem à noite; «foi um espetáculo claramente estragado por uma terceira equipa que quis ser protagonista», afirmou, antes de garantir que «o Alverca vai subir de divisão»
João Pereira, treinador do Alverca, não foi nada meigo na análise que fez ao encontro de ontem, diante do Felgueiras, relativo à 10.ª jornada da fase de apuramento de campeão da Liga 3.
No final da partida, e em declarações prestadas à Alverca TV, o jovem técnico, de apenas 32 anos, teceu duras críticas ao trabalho da equipa de arbitragem liderada por Marco Cruz (AF Porto), que, adianta, «quis ser protagonista».
«Acabámos por ter duas equipas a tentar competir de igual para igual e o espetáculo foi estragado por uma terceira equipa que quis claramente ser protagonista. Eu admito sempre falhas, seja de quem for, porque eu sou o primeiro a cometê-las (...), mas não vou tolerar a ninguém, enquanto responsável de uma equipa, que se sobreponha o ego acima dos nossos adeptos, meus jogadores, e desta Direção e do nosso presidente», atirou.
Recorde-se que o Alverca esteve a vencer até bem perto do fim, fruto de um golo apontado por João Costa, logo após o reatamento, mas o Felgueiras acabou por chegar à igualdade aos 90+9, com um tento da autoria de Bruninho, de penálti. João Pereira não aflorou diretamente a questão da grande penalidade que selou o 1-1 final, mas recordou também o encontro da primeira volta entre as duas equipas: «Peço que alguém reflita sobre isto. É o segundo jogo contra o Felgueiras em que o Alverca é claramente prejudicado (...). A mim foi-me dito que vinha [ontem] uma equipa de arbitragem experiente, mas tudo o que eu não senti foi experiência no dia de hoje [ontem] (...). Peço que alguém reveja o que aconteceu em Felgueiras, reveja o que aconteceu aqui em Alverca.»
O treinador da formação ribatejana manteve o seu tom concludente nas críticas e colocou em causa... o seu futuro. Mas deixou uma garantia. «Eu, com 32 anos, tenho de pensar seriamente no meu futuro. O que sei, ao dia de hoje, é que irei ficar aqui até ao fim, que lutarei conjuntamente com os meus jogadores até ao fim e o Alverca vai subir de divisão. Mas tenho de pensar se é em Portugal que eu quero continuar. Acho que muita gente tem de refletir o porquê de muitos intervenientes no futebol acabarem por sair de Portugal. Acho que hoje [ontem] tivemos aqui uma justificação para que isso aconteça (...). Tenho um grande orgulho neste grupo de trabalho, tenho um grande orgulho em trabalhar no Alverca e vão levar connosco até ao fim», concluiu.
O ambiente está, pois, escaldante na Liga 3, isto quando se aproxima a fase de todas as decisões no que concerne à Liga 2. Recorde-se que, a quatro jornadas do final da prova, o Alverca lidera, com 21 pontos, seguido do SC Braga B, com 20. Os dois primeiros lugares dão subida direta ao segundo escalão nacional, mas o terceiro classificado ainda pode chegar ao patamar profissional, por via de um play-off diante do 16.º e antepenúltimo classificado da Liga 2.
Além de ribatejanos e minhotos, na luta por uma destas três vagas estão ainda Lusitânia de Lourosa (17 pontos), Felgueiras e Académica (ambos com 14). Matematicamente, Varzim (8 pontos) e SC Covilhã e Atlético (ambos com 6) ainda podem aspirar a chegar aos lugares cimeiros, mas esse cenário já é altamente improvável para este trio.