Al Hilal-Al Nassr: são €415 milhões em campo!
Foto Al Nassr

Al Hilal-Al Nassr: são €415 milhões em campo!

INTERNACIONAL01.12.202311:30

Só as quatro principais equipas da Liga saudita – Al Hilal, Al Nassr, Al Ahli e Al Ittihad – gastaram quase mil milhões de euros em contratações no último verão; mas nem tudo são rosas: investimento total das restantes 16 é inferior ao individual de cada uma das ‘Big 4’; e há 12 cujos gastos são semelhantes aos de Boavista, V. Guimarães ou Famalicão

São milhões e mais milhões de euros (ou de dólares; ou, mais rigorosamente, de riais sauditas) os investidos pelos principais clubes da Arábia Saudita nos últimos dois anos e que resultaram na chegada de estrelas como Cristiano Ronaldo (Al Nassr), Neymar (Al Hilal) ou Benzema (Al Ittihad), três pérolas pagas a peso de ouro e que estão (ou estiveram) em mãos portuguesas: o primeiro treinado por Luís Castro, o segundo por Jorge Jesus e o terceiro, até há uns dias, por Nuno Espírito Santo, que entretanto deixou o emblema de Jeddah.

Esta sexta-feira, às 18 horas de Lisboa, estarão frente a frente os dois primeiros classificados, Al Hilal e Al Nassr e, de acordo com dados do site especializado Transfermarkt, os plantéis dos dois emblemas, somados, valem 415 milhões de euros, à razão de 233 o de JJ e de 182 o de CR7. Mas, mais do que o valor (sempre com laivos de subjetividade) de mercado, o que mais impressiona é o investimento do último verão.

E aí os valores disparam, ao nível dos mais ricos clubes do Mundo. Só os quatro primeiros da classificação gastaram quase mil milhões de euros em contratações na última janela de mercado. A saber: Al Hilal, 353,1 M€, a nível global só abaixo dos 462 milhões despendidos pelos ingleses do Chelsea; Al Ahli, 187,5 M€, oitavo mundialmente, entre Manchester United e Liverpool; Al Nassr, que já tinha CR7, 165,1 M€, em 10.º do top planetário, abaixo do Liverpool e acima do saudita Newcastle; e Al Ittihad, 119,39 M€, 18.º e acima do AC Milan. Dá uma ideia…

Mas nem tudo são rosas e, a par do que sucede por exemplo em Portugal, embora com valores mais baixos – o Benfica, que foi o emblema que mais gastou no verão, num total de 69 milhões –, na Arábia Saudita a realidade de 12 dos 18 clubes da liga principal está nos antípodas dos já mencionados Big 4.

Estrelas levam adeptos (e sobretudo dirigentes) sauditas à loucura (Foto Imago)

Nenhum desses 12 investiu mais do que, por exemplo, o SC Braga no último verão (17,8 M€). E se somarmos os gastos dessa dúzia em contratações – 53,91 milhões de euros – percebemos que, todos juntos, não chegam, nem de perto, ao nível financeiro de cada um dos quatro grandes individualmente – e só mesmo somando a esta conta os dados dos dois clubes intermédios, o Al Ettifaq (36,3 M€ gastos no mercado de julho/agosto de 2023) e o Al Shabab (34,3 M€), se chega ao valor de investimento do menos rico dos Big 4 da Arábia, o Al Ittihad (119,39).

Adeptos do Al Nassr, clube de Cristiano Ronaldo (Foto Imago)

Neste G12, extremamente mais pobre, está o Al Khaleej, de Pedro Emanuel, atual 14.º da Liga saudita e que gastou 4 milhões de euros no verão em contratações – semelhante aos investimentos de Boavista e Famalicão.

Há um forte motivo para o crescimento díspar dos quatro maiores emblemas sauditas. É que Al Hilal, Al Nassr, Al Ahli e Al Ittihad foram todos adquiridos pelo fundo do estado saudita PIF (Public Investment Fund), dono do… Newcastle.