Akturkoglu fala do Benfica: «As minhas mãos e os meus pés tremiam»
Akturkoglu abraça Kokçu no Seixal. Foto: SL Benfica

Akturkoglu fala do Benfica: «As minhas mãos e os meus pés tremiam»

Akturkoglu partilha a emoção da transferência para a Luz nos últimos minutos do fecho do mercado. Kokçu foi cicerone no Seixal e conversaram sobre a grandeza do clube, pressão, adeptos e até alcunha

Kerem Akturkoglu, 25 anos, abriu o coração depois de dias tão vertiginosos quanto emocionantes que o levaram a trocar o Galatasaray pelo Benfica, mesmo em cima do fecho do mercado de transferências, e o elevaram, em muito pouco tempo, a um dos mais queridos jogadores dos adeptos dos encarnados. O internacional turco soma dois jogos e dois golos pelas águias — ainda tudo é fresco nesta experiência, mas suficiente para já ter causado forte impacto. Acompanhado pelo compatriota Orkun Kokçu, Akturkoglu conheceu os cantos ao Benfica Campus, no Seixal, e partilhou sentimentos.

Começou por dizer que «toda a gente» o recebeu «de braços abertos» e contou que «também é muito bom» poder contar com o apoio de Kokçu. A ligação no campo começa a funcionar e «foi muito fixe» a estreia a marcar depois de assistência do compatriota.

Akturkoglu revelou os detalhes de uma transferência no último dia do mercado. «Foi muito rápido, só num dia. Assinei contrato no aeroporto. Tinha de estar em Portugal antes da meia noite, o voo demora cinco horas, fomos para o aeroporto, entrámos no avião, chegámos ao aeroporto exatamente às 23.45. Nesses 15 minutos assinei tudo. Depois disso ficámos à espera no aeroporto uns 15/20 minutos e entretanto chegou a notícia. Disseram-me: 'És, oficialmente, jogador do Benfica.' Abraçámo-nos. Mas, enquanto esperávamos, as minhas mãos e pés tremiam e pensava: 'Será que a transferência vai acontecer ou não?' Desenrolou-se tudo muito rápido. Em 10/12 horas aconteceram as negociações e o voo de cinco horas incluído. Foi muito emocionante e depois muito agradável», contou o craque turco.

Akturkoglu reconhece que ainda está a passar «alguns momentos difíceis» com a mudança para Portugal, por «sair da zona de conforto, estar longe da família e do país», mas sente-se melhor por ter «encontrado um ambiente familiar, sido recebido com carinho e sinceridade» e, ainda, por falar turco com Kokçu e Amdouni. «Senti-me confortável e seguro», acrescenta.

«Incrivelmente emocionado»

Está a correr, como se sabe, tudo bem. Adorou a primeira experiência na Luz, com o Santa Clara, foi «lindo» entrar no túnel e ver as luzes apagarem-se e depois «ficar tudo vermelho». Já conhecia a águia e o ambiente de ver jogos na Liga dos Campeões. «Isso impressionava-me bastante», disse a Kokçu. «Quando fui substituído, todos me aplaudiram de pé, sinto-me lisonjeado. Fiquei incrivelmente emocionado. Até o meu pai, que estava nas bancadas, ficou muito emocionado. E muito orgulhoso», recorda.

Venha a pressão

Kokçu contou a Akturkoglu que «não há melhor clube que o Benfica» se o compatriota fizer as coisas bem, acrescentando que «pode haver reações se as coisas correrem mal». O avançado que trocou o Galatasaray pelo Benfica considera normal.

«É preciso haver pressão, claro que sim. Estou habituado à pressão. Joguei quatro anos no Galatasaray, fui capitão, tivemos dias bons e maus, conheço a felicidade a alegria dos dias bons, mas também as coisas que acontecem nos dias maus. A pressão motiva-me, jogar num ambiente sem pressão pode fazer com que o jogador se desleixe. Essa pressão deve existir, sem exagero, claro. Combinar essa pressão com o ambiente familiar é o mais importante. O sucesso será inevitável se mantivermos amizade e ambiente familiar juntos», disparou Akturkoglu.

Sucesso inevitável

Kokçu concordou, recordou o a celebração de Di María depois de marcar ao Santa Clara, num gesto a abraçar e a trazer para a equipa os adeptos. «Queria dizer aos adeptos que temos de estar juntos. Se estiverem connosco, se nos apoiarem, tudo será mais fácil e conseguiremos os campeonatos e os troféus», atirou o médio, para depois Akturkoglu complementar: «Quando os adeptos estão connosco os campeonatos tornam-se inevitáveis. Esperamos colocar o Benfica onde merece estar.»

Quando os adeptos estão connosco os campeonatos tornam-se inevitáveis. Esperamos colocar o Benfica onde merece estar.

Harry Potter

Pelo meio da conversa, claro, não podia faltar a justificação para a celebração à Harry Potter.

«Publiquei uma fotografia [com óculos nas redes sociais] e depois as comparações com Harry Potter tornaram-se virais. Depois pensei: ‘Estou a marcar golos, por isso, preciso de aliar isso a este fenómeno. Precisava de encontrar algo para a minha celebração. Então surgiu isso. Tem um significado lindo e é muito apreciado pelas crianças, pelos fãs de Harry Potter. Toda a gente do mundo é fã do Harry Potter. Identifica-se comigo, é lindo e elegante», partilhou.

Kokçu também explicou a forma como festeja os golos: «São as garras da águia. A águia é o nosso símbolo e adoro, combina comigo.»