AF Lisboa «lamenta» jogos adiados por falta de policiamento e toma medidas

Associação de futebol lisboeta reage aos 21 jogos adiados por falta de policiamento nas suas competições de futebol e futsal; diferendo motivado por gratificados por receber e falta de efetivos ao dispor levou à ausência de forças policiais

Se os campeonatos nacionais em Portugal estiveram parados devido à realização da data FIFA para seleções, em vários dos campos e pavilhões do distrito de Lisboa também não se jogou. Neste caso, com um motivo em particular, relacionado com o policiamento – ou a falta dele – numa situação que levou a que um total de 21 partidas sob a égide da AF Lisboa, entre as três divisões seniores e as três divisões de sub-19 de futebol e ainda a 1.ª divisão de futsal, tivessem sido adiadas.

As forças de segurança, que englobam agentes da PSP e militares da GNR, mantêm um diferendo com o Ministério da Administração Interna, justificado pelo facto de, desde o início do ano civil, terem por receber os respetivos gratificados pelo policiamento em eventos desportivos. Desta forma, e como sinal de protesto, dezenas de agentes policiais, espalhados por todo o distrito, não marcaram presença em partidas de futebol e futsal. A esse problema juntar-se também o da real falta de efetivos.

Será o constrangimento que se verifica em Loures e Odivelas, motivo pelo qual não constituirá coincidência o facto de cerca de metade dos encontros adiados residir precisamente nesses dois municípios. Face a esta situação, A BOLA contactou a direção da AF Lisboa, que se mostrou sensível ao problema e revelou algumas medidas tomadas para que o mesmo não se repita no futebol e futsal da capital, como alterações estatutárias no Regulamento de Segurança.

«A direção da Associação de Futebol de Lisboa lamenta a falta de meios que os comandos têm invocado para a ausência em alguns dos escalões de seniores e Sub19 e considera anormal que esta situação se repita. Já foram efetuadas várias diligências junto das forças de segurança sobre este tema, inclusivamente com o apoio das autarquias», revelou, em resposta conjunta, o corpo diretivo encabeçado por Nuno Cárcomo Lobo.

A aposta em PCS, voluntários, de forma a dispensar a presença policial foi uma das soluções encontradas. «Face à permanência dos problemas, a Direção dentro dos seus poderes estatutários, procedeu à alteração do Regulamento de Segurança em vigor nas suas provas no escalão de Sub19, de forma a minimizar os adiamentos (comunicado Oficial N.º 6 Revisto Em relação ao escalão de seniores iremos sempre cumprir com o disposto na lei em vigor. Como tal, nenhum jogo deste escalão no género masculino será efetuado sem a presença das forças de segurança», garantiram os dirigentes da AF Lisboa.

«Face às alterações regulamentares introduzidas após a realização da última AG de 24/06, foram criadas condições para que, de uma forma gradual e planeada, sejam realizados os jogos adiados e isso não irá implicar com a conclusão prevista das provas em causa, foram 21 os jogos de seniores e sub19 (futebol e futsal) que tiveram de ser adiados. Contudo, devido à inversão de algumas jornadas, foi possível minimizar o número de jogos não realizados», anunciou, por fim, a associação de futebol lisboeta.