Açorianos voam nas asas de ganso que está ferido (crónica)
Serginho já deixou José Fonte para trás: o Santa Clara fez exatamente o mesmo ao Casa Pia. (Foto: Carlos Barroso/LUSA)

CASA PIA-SANTA CLARA, 0-2 Açorianos voam nas asas de ganso que está ferido (crónica)

NACIONAL24.08.202419:25

Santa Clara, que respira tranquilidade, soube sofrer na primeira parte e 'matou' o jogo na etapa complementar. Casa Pia continua sem pontuar e sem… marcar golos: Gabriel Batista e a barra foram 'inimigos'

Comecemos por tomar a ousadia de parafrasear um adepto que, após o final da partida, e quando abandonava tranquilamente o seu lugar na bancada central do Estádio Municipal de Rio Maior, disse o seguinte para quem o rodeava: «É o futebol, amigos.»

Com a devida licença (e respeito) para com os direitos de autor que atribuímos ao (para nós) desconhecido aficionado do Casa Pia, entendamos e interpretemos o contexto. Porque a referida frase, até conotada com um dos (imensos) chavões do desporto-rei, aplica-se na perfeição ao que se passou na primeira parte deste duelo entre gansos e açorianos: os da casa na mó de cima - ao contrário do que os resultados anteriores deixavam antever -, os forasteiros mais na expectativa - talvez o vento desfavorável possa justificar alguma apatia dos insulares durante esse período.

Se os minutos iniciais não deixaram saudades, depois disso houve (muito) mais Casa Pia. De tal forma que os comandados de João Pereira construíram três situações claras de golo. Larrazabal, na transformação de um livre direto, aos 30 minutos, deixou a barra da baliza contrária com uma mossa, e José Fonte, de seguida, cabeceou para uma extraordinária intervenção de Gabriel Batista. O guarda-redes brasileiro voltou a brilhar pouco depois, a remate de Leonardo Lelo, (também) de livre direto.

E como as coisas mudam de um momento para o outro, eis que tudo… mudou na etapa complementar. O Santa Clara, já sem ter o vento a importunar-lhe os processos, passou a dominar as operações e as chegadas à área contrária começaram a ser uma constante.

Não foi, pois, de estranhar que o golo aparecesse para a formação de Vasco Matos: Gabriel Silva, à entrada da área, antecipou-se ao… colega de equipa, Vinícius Lopes, na circunstância, e rematou com sucesso.

Os gansos sentiram o toque e não conseguiram a devida reação. Aproveitaram (e bem) os insulares e Ricardinho, com classe, já em período de compensação, matou o jogo. Os açorianos voaram nas asas de um ganso ferido. «É o futebol, amigos.»