Academia do FC Porto: «Terreno privado foi comprado pela ABB, com Koehler e Pedro Pinho metidos no negócio»
António Silva Tiago (na ponta), presidente da CM da Maia e Francisco Vieira de Carvalho (de costas, no meio), vereador do PS

Academia do FC Porto: «Terreno privado foi comprado pela ABB, com Koehler e Pedro Pinho metidos no negócio»

NACIONAL18.03.202417:46

Francisco Vieira de Carvalho, vereador do PS, pediu esclarecimentos na reunião ordinária da autarquia e afirmou que o FC Porto não comprou terrenos

O executivo da Câmara Municipal da Maia está esta segunda-feira reunido para deliberar sobre a proposta de abertura da hasta pública de 18 lotes rústicos na freguesia de Nogueira e Silva Escura destinados à construção da academia de formação do FC Porto. A proposta irá ser aprovada, até porque há unanimidade na importância da obra e uma maioria PSD/CDS que governa a autarquia, mas o partido da oposição, o PS, levantou a questão sobre a compra dos 10 hectares que estão na mão de privados e que, alegadamente, terão sido comprados pelo FC Porto.

Francisco Vieira de Carvalho, vereador do PS na Câmara Municipal da Maia, diz ter informações em contrário e pediu ao presidente António Silva Tiago esclarecimentos sobre quem efetivamente comprou a parte privada da academia. O vereador diz ter elementos que indicam que não foi o FC Porto quem comprou os 10 hectares, como chegou a ser veiculado, mas sim a empresa ABB, de Gaspar Borges, que construiu a cidade desportiva do SC Braga, e que no negócio estão envolvidos João Koehler, candidato a um cargo na direção do FC Porto na lista de Pinto da Costa, e Pedro Pinho, agente de jogadores com forte ligação aos azuis e brancos.

«Quem de facto comprou a parte privada do terreno da academia foi uma empresa de Braga que se chama ABB, que comprou os hectares que o FC Porto diz serem deles. Não se sabe bem quem é dono de quê. A empresa é gerida por Gaspar Borges, tudo o que dizem, que as máquinas já entraram, é confuso como autarca e isso não corresponde à verdade. São histórias que passam e notícias dadas como boas. Mas nada disto é seguro. Há duas pessoas, gestores, envolvidos neste processo, um é o João Koehler, candidato a um cargo na direção do FC Porto e um distinto gestor. Está metido nesse negócio e outro muito ativo é Pedro Pinho, que pelos vistos estará aqui com o senhor Borges e João Koehler para isso ser feito. Quem o disse é o João Koehler, que também estará metido neste negócio: se for comprado por alguém, que faça a obra e arrende ao FC Porto por um preço alto. Estamos a falar de um negócio da China.  O FC Porto vai usar o equipamento, mas vemos uma parcela comprada pela empresa ABB, que fez o centro de estágio em Braga e a ideia é fazer algo do género na Maia. Devemos aos habitantes da Maia uma explicação para saber o que se passa.»

António Silva Tiago diz que na Maia «não há negociatas e que a base de licitação da parte autárquica foi feita com rigor e entidades certificadas.» «As pessoas que citou aí são mais que suas amigas. Eu não faço favores, as coisas são limpas. Faz insinuações falsas», devolveu o presidente da autarquia maiata.

Mário Neves, vereador da coligação PSD/CDS, aconselhou o PS a não fazer mais ruído, porque quem comprar os terrenos terá de o fazer pelo preço-base: «O resto só serve para criar alarido. Insinuar que isto é um fato à medida é insultuoso. Queremos uma área de equipamento desportivo de alta qualidade. Não há acordo, não há contratos, alguém pôs lá um placa a dizer FC Porto, se não houvesse ato eleitoral no clube nada disso seria discutido. O resto não é problema nosso.»