Benfica-SC Braga, 3-0 A vitória «justa» das águias, a inconstância dos arsenalistas e o «impacto negativo» do triunfo na Luz: tudo o que disse Carlos Carvalhal

NACIONAL08.01.202523:20

Técnico dos arsenalistas não compreende a diferença de prestação da sua equipa do jogo do passado sábado, em que os guerreiros do Minho derrotaram os encarnados, para este encontro das meias-finais da Taça da Liga. Mérito ao adversário e foco já no que aí vem

O que não correu bem ao SC Braga?

Depois de um jogo excelente no passado sábado [vitória na Luz por 2-1], repetimos praticamente o mesmo onze, mas o futebol tem destas coisas e por isso é que é atrativo de nos obrigar a trabalhar e a explicar as coisas. No último sábado dei os parabéns à minha equipa porque ganhámos 95 por cento entre as primeiras e as segundas bolas. Hoje fizemos duas faltas em 45 minutos. Significa que faltou muita agressividade, dentro e fora do bloco. Não conseguimos travar o Benfica mais à frente e o Benfica passando estas barreiras é letal. O facto de o segundo golo aparecer logo a seguir ao primeiro também foi um duro golpe para nós. Foi uma vitória inteiramente justa do Benfica e não há muito a dizer. Temos de perceber o que aconteceu, encontrar as razões e trabalhar para que a equipa siga em frente e já a pensar no jogo com o Lusitano de Évora, para a Taça de Portugal.

Que resposta dá a esta montanha-russa de oscilações exibicionais da sua equipa?

Fica difícil explicar. As unidades de treino foram muito idênticas. Os pressupostos e os princípios são exatamente os mesmos. Há uma parte de mérito do Benfica, que teve uma atitude competitiva muito forte. Temos de olhar para a equipa, ver quem está melhor e reagir o mais rapidamente possível para enfrentar o próximo desafio.

Sentiu que se aquele remate do Roger tivesse entrado, logo a abrir a segunda parte, a história do jogo poderia ter sido outra?

A intenção ao intervalo foi exatamente essa. Tentámos fazer um golo para entrarmos no jogo. Se essa bola entrasse, a equipa poderia ter arrebitado um pouco mais. Mas teríamos de ter feito mais, com mais agressividade, inclusivamente na segunda parte. No último jogo, no sábado, além de um lance do Pavlidis, o Matheus não teve trabalho nenhum, e hoje o Matheus teve de intervir muitas vezes, o que significa que o nosso bloco abriu e que não fomos agressivos. Às vezes um golo pode mudar as coisas, mas a bola não entrou.

Foi a oitava derrota do SC Braga em 33 jogos esta época, números pesados. Esta derrota pode ter um impacto maior por ter eliminado o clube de uma competição?

No campeonato estamos em 4.º lugar, hoje estivemos a decidir uma Taça da Liga, continuamos na Taça de Portugal e na competição europeia temos a ambição de seguir em frente. Não sei de que lado lhe posso responder à questão… Estamos a lutar pelas coisas no ano difícil do SC Braga, com uma transição acentuada de jogadores no plantel, mas a realidade é que em janeiro estamos nas discussões.

Ao intervalo mudou para uma linha de quatro defesas. O que pretendia?

A partir do momento em que sofremos o segundo golo tornou o plano mais difícil. Quisemos pressionar um pouco mais o Benfica, com três médios, daí a entrada do Diego [Rodrigues]. Quisemos equilibrar mais o jogo no meio-campo e tentar chegar à frente.

O que pretende com a junção de Vítor Carvalho e Gorby, dois jogadores de perfil mais defensivo?

O Gorby não tem propensão defensiva, de forma alguma. Ele pressiona alto e quebra linhas. Jogaram os dois no último jogo, na Luz, e ganhámos. São dois jogadores de equilíbrios, que dão segurança na zona do meio-campo e que sabem jogar.

Como se reduz o impacto desta derrota em pouco tempo?

Tem sido o nosso trabalho. Gostaria de encontrar uma explicação para a nossa alternância exibicional. Tudo o que eu disser vai soar a desculpas e eu não quero isso. Estou a assumir que a equipa tem sido irregular. Vamos continuar a dar energia à equipa e potenciá-la para que seja o mais regular possível.

Acha que a vitória estrondosa na Luz teve impacto para as duas equipas?

Teve impacto para o Benfica, sim, para nós teve impacto negativo e não devia ter tido. Apresentámos níveis de agressividade muito baixos, o Benfica ganhou muitas bolas divididas e fomos penalizados. Preferia ter perdido só por mérito do Benfica, mas infelizmente tenho de dizer que, pese embora o muito mérito do Benfica, a nossa equipa também esteve muito aquém daquilo que pode fazer e isso é que me deixa mais desgostoso.