A maior e (melhor) homenagem de Gyokeres a Manuel Fernandes
Uma das imagens fortes que marcaram o clássico do passado domingo

A maior e (melhor) homenagem de Gyokeres a Manuel Fernandes

NACIONAL30.04.202406:32

Momento simbólico do sueco no clássico, camisola 9, a igualar feito de antiga glória leonina em 1977: dois golos num minuto (59 segundos!); Gyokeres disponível para ajudar a equipa mesmo em... esforço; Um dos indiscutíveis de Rúben Amorim para o futuro

Liga de Sporting e... de Gyokeres. É, por certo, seja qual for a cor clubística, nome consensual até para o adepto menos atento: protagonista principal do plantel leonino e figura maior do campeonato. Sobre este avançado sueco, qual furacão que foi devastando quase tudo por onde passa, já se disse quase tudo. A sua importância e influência na equipa foi algo que se fez notar desde o primeiro dia de leão ao peito.

A sua rara ausência — esteve presente em 46 dos 50 jogos oficiais dos leões esta época — é sinal de esperança (e algum descanso...) para os adversários, assim como de desconfiança para os adeptos leoninos. Foi com esse misto de sentimentos que a ausência do onze no Dragão foi sentida. E a desvantagem ao intervalo, por 0-2, confirmava essa mesma teoria. Sem Gyokeres, o Sporting perde fulgor, dinâmica, eficácia e poderio físico. E, claro está, não menos importante, perde golo.

Gyokeres fez história e tornou-se no primeiro leão a bisar num clássico no espaço de um minuto

A sua entrada ao intervalo era fundamental para alimentar a esperança numa reviravolta dos leões. Ele que, mesmo em esforço — numa semana em que trabalhou com muitas limitações físicas —, mostrou-se sempre disponível para ajudar. Algo que o próprio Rúben Amorim fez questão de justificar no final do empate no Dragão. «Gyokeres não jogou de início porque tem de ter alguém responsável que lhe diga que qualquer dia parte-se todo. Depois, se calhar, temos um jogador que aos 28 anos está tocado e pode não fazer o jogo todo. Tento proteger os meus jogadores. Quem não está a 100 por cento tem de por vezes ficar de fora», explicou o técnico.

Mas 45 minutos, no caso... apenas um, bastaram para o sueco anular a desvantagem dos dragões. Com dois golos no espaço de um minuto! Determinante para o precioso empate (2-2) que deixou os leões a cinco pontos do desejado título. A igualar, assim, uma proeza que durava desde 5 de novembro de 1977, num Sporting-Feirense, vitória dos leões por 5-0, com um outro avançado, camisola 9, a apontar, então entre os 52’ e 53’, dois golos num espaço de um minuto.

Quem? Manuel Fernandes, uma das referências leoninas que, no Dragão, mereceu uma homenagem de toda a equipa — num momento difícil do antigo avançado, que se encontra a lutar contra uma grave doença, o Sporting fez questão de entrar no relvado com a camisola mítica de Manuel Fernandes.

Ditou o destino, então, que o dia de Gyokeres fosse também um momento simbólico para um dos maios símbolos dos leões.

Camisola 9 de Manuel Fernandes fez história nos leões

O melhor elogio que lhe posso fazer é dizer que é melhor do que eu. No ano em que ganhei a Bola de Prata fiz 22 golos em 20 jogos. Desde que saí do Sporting acho que não apareceu um avançado tão completo como ele. Pode haver igual, mas melhor não.

Muitas semelhanças a Manuel Fernandes

Manuel Fernandes, um nome amado no universo leonino, nunca escondeu, de resto, a sua admiração pelo sueco. Desde o arranque do campeonato. Como o próprio, aliás, fez questão de sublinhar numa entrevista a A BOLA em janeiro deste ano.

«O melhor elogio que lhe posso fazer é dizer que é melhor do que eu. No ano em que ganhei a Bola de Prata fiz 22 golos em 20 jogos. Desde que saí do Sporting acho que não apareceu um avançado tão completo como ele. Pode haver igual, mas melhor não. Nos primeiros jogos vi logo que tinha grande potencial. Veio ajudar muito o Sporting, não só a marca como a dar a marcar, e os próprios colegas já estão perfeitamente identificados com ele», disse a glória leonina.

Sporting lembrou feito de Gyokeres lembrando Manuel Fernandes

Sempre ligado a Rúben Amorim

A ligação entre Viktor Gyokeres e Rúben Amorim é muito forte. O treinador, aliás, já foi dado — pelo próprio empresário do sueco — como uma das principais razões na vinda para Portugal. E apesar da indefinição em torno do futuro de Rúben Amorim, é certo que, em caso de continuidade do treinador, o nome do avançado está no topo da lista para uma permanência. Com a presença confirmada na Liga dos Campeões na próxima época, o técnico, tal como A BOLA já havia adiantado, pretende ter uma equipa competitiva e o nome de Gyokeres surge, obviamente, em primeiro plano.

Mesmo tratando-se de um dos (talvez o maior...) ativos leonino nesta fase, o Sporting tudo irá fazer para satisfazer esse desejo de Rúben Amorim. E uma eventual separação do sueco será sempre a troco do valor estipulado na sua cláusula de rescisão: 100 milhões de euros. Um número muito elevado e que, convém lembrar, só estará ao alcance de escassos gigantes europeus, que continuam a acompanhar com atenção o avançado de 25 anos que, em época de estreia, já ombreia com alguns dos nomes maiores do universo do leão.