A justa coroação para o rei do futebol europeu (crónica)
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Espanha-Inglaterra, 2-1 A justa coroação para o rei do futebol europeu (crónica)

INTERNACIONAL14.07.202422:09

Fiel a si própria, Espanha voltou a mostrar que foi a melhor equipa do Euro 2024

E no fim, ganhou a melhor equipa. No futebol é sempre injusto falar de justiça, tantas as condicionantes que fazem deste desporto o rei, mas a Espanha voltou a provar, na final do Euro 2024, que foi a melhor equipa do torneio. Ainda chegou a perder a vantagem, mas nunca perdeu a coerência. Não deixa de ser ingrato pensar que a seleção inglesa perde a segunda final seguida, e talvez justificasse um prémio para o trajeto que tem feito, mas a Roja foi capaz de se reinventar e justificou a coroação. É agora a equipa com mais títulos continentais.

Luís de la Fuente tinha dito que a Espanha tinha de ser fiel à sua identidade para conquistar o título europeu, uma vez mais, e a Roja tratou logo de ficar com a bola, Não que isso tenha incomodado muito a seleção inglesa, como já seria de esperar. Com Luke Shaw no lugar de Tripper, na lateral esquerda, a equipa de Gareth Southgate assumiu uma linha de quatro à retaguarda, e com isso conseguiu bloquear o adversário durante toda a primeira parte.

Incapaz de encontrar Morata e Olmo pelo meio, ou então de dar espaço a Lamine Yamal, na direita, a Espanha animou-se sobretudo com a irreverência de Nico Williams, que viu John Stones bloquear-lhe uma boa investida pela esquerda.

A Inglaterra cresceu ligeiramente após o primeiro quarto de hora, ou pelo menos conseguiu subir linhas, mas só ameaçou a baliza espanhola à beira do intervalo. Rodri começou por bloquear um remate de Kane, após perda de bola de Dani Carvajal à saída da sua área, mas Phil Foden ainda testou a atenção de Unai Simón em período de desconto, na sequência de um livre lateral.

Foi, na realidade, a única ocasião de verdadeiro perigo da primeira parte, e para a equipa que chegou ao descanso com 34 por cento de posse de bola.

Os adeptos espanhóis viram a sua equipa voltar do intervalo com uma má notícia, a indisponibilidade física de Rodri, substituído por Zubimendi, mas mal tiveram tempo para lamentar o infortúnio, já que Nico Williams colocou a Roja em vantagem logo ao minuto 47. Um lance que resulta do primeiro momento em que Lamine Yamal conseguiu libertar-se à direita, e assim fazer assistência para o golo do extremo oposto. Um mérito a partilhar com Carvajal, que ajudou a criar superioridade perante Luke Shaw, tal como sucedeu logo de seguida, num lance em que Dani Olmo falhou por pouco o 2-0.

A fúria com que a seleção espanhola abordou o início do segundo tempo quase arrumava a final, se tivermos em conta um remate de Morata intercetado por Stones, já com Pickford batido, e um remate de Nico ligeiramente ao lado. Jordan Pickford também negou um golo a Yamal, mas aí já Gareth Southgate tinha lançado os seus trunfos.

O selecionador inglês voltou a prescindir de Harry Kane, e desta vez nem esperou pelos dez minutos finais. Lançou Ollie Watkins, o herói da meia-final, e posteriormente Cole Palmer, que já tinha assistido o golo da vitória sobre os Países Baixos, e desta feita assumiu o golo do empate, com um remate forte de fora da área, que ainda sofreu um desvio em Zubimendi.

Mas mal seria de Luis de la Fuente se não tivesse também os seus trunfos. E o principal já tinha lançado, de resto, antes do golo do empate. Mikel Oyarzabal rendeu o capitão Álvaro Morata quando a Espanha estava ainda em vantagem, e deu-lhe novamente essa condição, quando já muitos faziam contas ao prolongamento. Um golo a quatro minutos do fim, a premiar mais uma bela combinação ofensiva da Roja, que nunca deixou de olhar para a baliza de Jordan Pickford, e que acabou recompensada por isso.

Um título conquistado com mérito, e também com sofrimento, como não podia deixar de ser, perante uma tripla ocasião inglesa ao minuto 90. Unai Simón defendeu o cabeceamento de Rice e Olmo a substituir o guarda-redes na recarga de Guéhi, antes de Rice, na última tentativa, desfazer o sonho inglês.

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