A influência esmagadora de Rafa e Di María
Di María e Rafa participaram em 56 golos do Benfica em 2023/2024 (Foto: Avant Sports/IMAGO)
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A influência esmagadora de Rafa e Di María

NACIONAL15.03.202420:30

Português e argentino têm participação direta em 61 por cento dos golos do Benfica nesta época; é a melhor temporada da carreira do 27 da Luz, que faturou na Escócia

Fosse o Benfica uma República a precisar dos protagonistas certos para governá-la, não haveria dúvidas sobre quem geria os destinos de cada bola em direção à baliza contrária: Rafa e Di María formam uma coligação muito unida que assegura uma maioria esmagadora, após dissecados os resultados.

O golo apontado em Glasgow foi novamente fabricado pelos dois trintões que, em conjunto, são responsáveis por 61 por cento dos golos da equipa em todas as competições, em 2023/2024.

O internacional português (que renunciou à Seleção em setembro de 2022) marcou, no Ibrox, pela 18.ª vez nesta época, o que não sendo (ainda) a temporada mais concretizadora da carreira (o recorde está nos 21 golos em 2018/2019) é no entanto a melhor na soma golos e assistências (14 até ao momento).

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Foram, portanto, 32 golos que tiveram ora a assinatura final ora o fornecimento da caneta a um colega. Neste particular a relação com o internacional argentino é de forte cumplicidade, já que Di María foi quem mais beneficiou dos seus passes ou cruzamentos: cinco golos, com a restante escala de beneficiários composta por Musa (3), Arthur Cabral (2), Neres (2), João Mário (1) e Kokçu (1).

Na inversão dos papéis, a boa comunicação também se expressa nos números: Rafa está entre aqueles que mais ocasiões faturaram graças à grande angular de angelito (nove assistências e 15 golos) embora dividindo o protagonismo: três golos, tantos quantos os de Arthur Cabral — Aursnes, Marcos Leonardo e Kokçu, com um golo cada, completam a lista.

Estes registos confirmam uma tendência que se verifica desde agosto: os goleadores do Benfica não são pontas de lança de raiz — de entre os homens que ocupam este lugar, Arthur Cabral é o que apresenta melhores índices, ainda assim tem apenas metade da faturação de Rafa (nove golos).

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A última vez que o melhor marcador dos encarnados na temporada não foi um avançado puro ocorreu em 2019/2020, com os 30 golos de Pizzi. Seferovic, Darwin e Gonçalo Ramos chamaram a si, nas épocas seguintes, o devido protagonismo. O último deles ainda deixa muitas saudades a Roger Schmidt — era um ministro intocável.

Cinco segundos, cinco toques, golo

O golo do Benfica em Glasgow foi a expressão máxima das qualidades de Rafa: velocidade com e sem bola e muita verticalidade. Desde que recebeu o passe de cabeça de Di María o internacional português demorou cinco segundos entre a linha do meio-campo até entrar na área para faturar, dando quatro toques em progressão e desferindo o remate. Um contacto no esférico a cada segundo, portanto.

No total, o lance ofensivo teve 12 segundos: num canto a favor do Rangers, Otamendi tentou numa primeira instância o alívio, que bateu no corpo de João Neves, sobrando para Florentino que, aí já com plena intenção, colocou em Di María. O argentino tocou e o homem-bala tratou do resto.