A confiança, uma confirmação sobre Renato e a evolução de Kokçu: tudo o que disse Bruno Lage

Técnico do Benfica fez a antevisão do jogo com o Feyenoord, para a 3.ª jornada da Liga dos Campeões; afastou os comentários de ‘portização’ de Frederico Varandas e abordou em detalhe a forma de trabalhar da equipa técnica

– Foi muito analisada a forma como preparou o jogo com o Atlético Madrid, como é que analisou o Feyenoord e o que pode dizer acerca desta equipa?

– Importa realçar que o trabalho que fizemos com o Atlético acontece com todos os jogos. Primeiro, percebemos o que fazemos de bom no jogo anterior e conhecemos ao detalhe o adversário seguinte. Definimos a estratégia, praticamo-la no campo e depois sentimos a confiança dos jogadores. Foi isso que fizemos em todos os jogos, no campeonato, na Liga dos Campeões e na Taça de Portugal. Estamos confiantes, preparámos o jogo muito bem e a nossa confiança vem da parte de quando transmitimos as nossas ideias aos jogadores, eles sentirem confiança de que, segundo uma determinada estratégia, eles podem fazer um bom jogo.

– Sobre o histórico que o Benfica tem na Liga dos Campeões, para si é obrigatório terminar nos oito primeiro classificados da fase de liga?

– Não vou entrar nessa lengalenga. Acabaram de ver a excelente conferência do Aursnes, quase que fico sem palavras… ele está completamente focado no jogo de amanhã. Essa é a nossa ambição, de voltarmos a fazer um grande jogo, criando oportunidades de golo e marcando golos. Neste formato novo da Liga dos Campeões, só temos de nos segurar à prática. Agora, seis pontos não nos garantem nada e queremos, por isso, somar mais três pontos.

– A goleada e a exibição frente ao Atlético Madrid dão mais responsabilidade ou confiança à equipa?

– A responsabilidade vem do trabalho diário e o que fizemos após o jogo do Atlético Madrid foi um exemplo de isso, a criação do hábito com o qual queremos trabalhar ao longo das semanas. A confiança vem das nossas boas exibições, da forma como passamos a mensagem aos jogadores, a forma como eles a conseguem interpretar. Assim, enquanto treinadores, vamos com confiança para o jogo.

– O seu segredo, neste sucesso inicial, foi colocar as peças certas nos sítios certos?

– A nossa forma de trabalhar é perceber que contributo os jogadores podem dar à equipa em determinadas posições. Temos vários que podem desempenhar mais do que uma função, esse é o ponto de partida e depois temos de ser assertivos com eles. Eles vão para campo com uma ideia muito clara daquilo que pretendemos. Amanhã vamos ter duas conversas com os jogadores e a partir do início do jogo, o jogo é deles e aí é que têm de pôr em prática todo o nosso trabalho enquanto equipa técnica.

– Frederico Varandas falou de uma ‘portização’ do Benfica durante a presidência de Luís Filipe Vieira, num período em que Bruno Lage esteve no clube, ficou incomodado com essas palavras do presidente do Sporting?

– Entrei no Benfica em 2004 e desde esse momento até ao dia de hoje, oq eu o que eu controlo são as minhas funções de treinador no dia-a-dia, como treinador de escolas, dos sub-15, sub-17, sub-19, equipa B e equipa principal. E o meu foco, neste momento, é o jogo com o Feyenoord.

– Está satisfeito com a evolução de Kokçu na equipa?

– Estou muito contente com o contributo de todos os jogadores. Há quem tenha jogado mais, e o Aursnes e o Kokçu têm desempenhado um excelente papel, mas outros jogadores que ainda não tiveram a oportunidade de jogar, têm feito o seu trabalho. Mas sim, estamos muito satisfeitos com Kokçu e fico feliz de ter um jogador com a sua competência.

– Sente-se hoje um treinador mais capacitado para lidar com jogos da Liga dos Campeões em relação à sua primeira passagem como treinador principal do Benfica e onde sente que mais cresceu nestes últimos quatro, cinco anos?

– Entendo a questão, para quem olha fundamentalmente para os resultados. Não vejo um melhor ou pior treinador em função dos resultados que vou tendo, é claro que os resultados ajudam. Agora, a minha passagem pela Premier League como treinador principal deu-me experiências que eu não tinha, mas isso faz parte da experiência de qualquer treinador. Quanto mais experiências nós tivermos, mais aprendizagens teremos em função dos resultados. Pela minha forma de trabalhar, aprendemos muito das avaliações que fazemos aos adversários, mas sobretudo da nossa própria equipa. Não partimos para o jogo seguinte sem perceber muito bem o nível em que a equipa vai atuando a cada momento e percebendo também se determinada estratégia foi concretizada ou não.

– Qual o ponto de situação dos lesionados [Leandro Barreiro, Prestianni e Tiago Gouveia] e quando é que Renato Sanches poderá regressar aos relvados?

– Vamos ser muito claros sobre isso porque nós não temos nada a esconder. O Renato tem feito um trabalho longo, tínhamos uma previsão de que podia regressar ligeiramente mais cedo, depois ligeiramente mais tarde, mas posso confirmar que o Renato está convocado para o jogo com o Feyernoord. Entretanto só tivemos mais uma baixa, que foi o Leandro Barreiro.