A conferência de Imprensa do treinador do Benfica na íntegra
Das opiniões divergentes de Otamendi e Di María após o dérbi, às renovações dos dois argentinos; do lado direito sem Kaboré, ao posicionamento no mercado
— De que forma deve o Benfica apresentar-se tendo em conta o conhecimento que tem do SC Braga e da filosofia de jogo de Carlos Carvalhal?
— Da melhor forma possível. Pretendemos fazer uma grande exibição perante os nossos adeptos, começar o ano da melhor maneira, vamos jogar contra adversário competente que tem equipa técnica de enorme qualidade, mas o nosso desejo é entrar bem, da melhor maneira, vencendo o jogo com boa exibição e com golos.
— Das 12 passas da passagem de ano, desses desejos, quantas reservou para o Benfica?
— Fundamentalmente, temos ambição e determinação de continuar a fazer um bom trabalho, quem treina clube com a dimensão do Benfica tem de ter essa ambição diária e a minha ambição diária é fazer crescer e evoluir a equipa no que for possível, com a minha experiência e conhecimento, para ir de encontro à ambição e exigência dos nosso adeptos. Somos um grande clube e temos de sê-lo diariamente e isso vem com pequenos hábitos, no dia a dia, no treino, no jogo, sempre com sentido crítico para fazer evoluir e sermos cada vez melhores. É o meu papel, é a minha exigência diária, quem trabalha comigo tem de apresentar um registo. E tem de apresentar trabalho no dia a dia para continuar a trabalhar comigo.
— Otamendi e Di María tiveram visão diferente da sua, ficou incomodado, sentiu algum tipo de crítica?
— Reforçando o que disse anteriormente, não temos mesmo muito tempo para olhar para trás. O que disse e depois na análise com os jogadores — e até tenho aqui um excelente registo que pode ajudar-me — é que tivemos excelente oportunidade de golo aos 9 minutos, com Zeki à entrada da área. Entra na área e pode fazer, em situação normal remata, é oportunidade muito boa, daí ter dito que fizemos a entrada que fizemos. Depois, a partir dos 14,15 minutos de jogo, por várias razões, deixámos de ter competência de jogar o nosso jogo e o Sporting foi superior na primeira parte. Falámos ao intervalo com os jogadores, crescemos, o que fica é que o Sporting no melhor momento marcou, nós não. 3 pontos para o Sporting. Não há empates nem vitórias morais. Foi esta análise que fiz com os jogadores. Falei com eles sobre isso. Treinámos dois dias muito bons, para apresentarmos a nossa melhor versão. O futuro é com o SC Braga, equipa muito competente, e queremos iniciar o ano da melhor maneira.
— Com saída de Kaboré está a pensar ir ao mercado, ou Aurnes e produtos da formação dão garantias e podem ser solução?
— Foi exatamente isso que fizemos, fomos ao nosso mercado. Leandro [Santos] já tinha trabalhado connosco anteriormente, já tinha jogado, e neste momento as alternativas que nós temos para a posição são Bah e Leandro. Sobre o mercado, o mais importante é saber aquilo que queremos.
— Chegou a falar com Di María e Otamendi? Depois do jogo mudou a sua visão da primeira parte?
— Penso que fui claro na minha explicação. Fiz análise do jogo, fiz a análise com jogadores, falei com os jogadores todos, não falei com alguém em particular.
— Tanto SC Braga como Benfica não tiveram o melhor resultado no último jogo. Espera um SC Braga fragilizado ou com a ambição de dar a volta por cima?
— Espero um adversário muito competitivo e com forma de jogar muito interessante, com qualidade e registo muito bom fora de casa. Pelo que conheço do treinador Carlos Carvalhal, espero SC Braga competitivo, com qualidade no seu jogo, com ambição de vir fazer um bom jogo ao Estádio da luz e temos de contrariar isso pela nossa força e forma de jogar, para criar oportunidades de golo e vencer o jogo.
— Prestianni não joga desde setembro, Schjelderup tem 15 minutos nos sete jogos de dezembro e Rollheiser no mesmo mês de dezembro tem 28 minutos de utilização. Há hipótese de empréstimo destes jogadores em janeiro? E qual a razão de trocar Akturkoglu por Beste, pé direito por pé esquerdo, e não por Prestianni ou Schjelderup?
— É uma questão de futuro dos jogadores. O que quero são exemplos como Barreiro, a minha primeira decisão quando entrei foi tirar Barreiro da equipa e entretanto tem aproveitado muito bem oportunidades e tem tido rendimento muito bom, mesmo tendo tido um período de lesão. Depois, em função do momento do jogo, procurar o Beste, que joga como ala, que tem pé esquerdo e bom cruzamento, temos homens de área que precisam de ser alimentados com o cruzament. E ainda provocar alteração de dinâmica no adversário. Akturkoglu anda mais por zonas interiores e Carreras também gosta de zonas interiores. Akturkoglu cruza de pé direito e Beste de pé esquerdo. São opções. Temos plantel largo e a cada momento tomamos as melhores soluções para o rendimento da equipa.
— Já deu o aval técnico para se renovar contrato com Di María e Otamendi?
— O que posso dar, neste momento, é a minha opinião. Gosto muito de trabalhar com eles e sinto que são dois jogadores muito importantes para a equipa, porque têm rendimento. É o que temos de fazer, eu, eles e restante equipa: a cada momento continuarmos com rendimento. E, claro, no futuro perceber se podem continuar a ser úteis ao Benfica ou não, mas o mais importante é o que nós, treinador e jogadores, vamos fazendo a cada momento. E eu, como treinador, estou satisfeito com o rendimento dos jogadores.