A bola parada voltou a abrir os portões do inferno para o Manchester United

Exibição pouco criativa e muito pouco eficaz, frente ao Bournemouth que já é uma das sensações da Premier League

O Manchester United teve mais uma tarde para esquecer. A equipa de Ruben Amorim, com Bruno Fernandes e Diogo Dalot, foi humilhada em casa pelo Bournemouth, com uma derrota pesada por 0-3.

Bruno Fernandes voltou a ser utilizado no tridente mais adiantado do ataque dos red devils, mas, desta vez, em vez de Hojlund, o ponta de lança foi Zirkzee. O neerlandês não conseguiu ter influência no jogo e ainda esteve presente no lance capital da primeira parte, ao deixar Huijsen ganhar-lhe nas alturas para, ao minuto 29, abrir o marcador, na sequência de um livre lateral.

Este começa a ser um problema demasiado evidente no Manchester United. Nos últimos quatro jogos na Premier League, os red devils sofreram cinco vezes na bola parada defensiva: duas vezes de canto com o Arsenal, outra com o Nottingham Forest, novamente com o Manchester City e, agora, a partir de um pontapé livre. Assim abriu o marcador, numa altura em que, mesmo sem criar grande perigo, os anfitriões mostravam-se mais presentes no meio-campo adversário, com Diallo e Bruno Fernandes a obrigarem Kepa a aplicar-se. O médio português até foi o mais insistente já no final do primeiro tempo, com dois remates perigosos que acabaram por não resultar no empate.

A entrada de Hojlund e Garnacho já no segundo tempo, com a saída de Ugarte, prometia um Man. United mais atacante e rápido. O Bournemouth, como já tinha mostrado na primeira parte, não se deixava ficar na expectativa e, nos espaços que o Manchester United permitia, as incursões de Kluivert, Semenyo e Ouattara faziam tremer a linha mais recuada dos da casa. Contra a corrente do jogo, mas sem surpresa, chegou o segundo dos cherries. Foi o neerlandês Justin Kluivert que sofreu falta precipitada de Mazraoui e, da marca dos 11 metros, não desperdiçou o penálti. E logo a seguir... o terceiro, com Ouattara a encontrar Semenyo na área, completamente livre de marcação.

Voltou a reinar a anarquia no Manchester United. Pouca organização, quase nenhuma calma e eficácia a zero. A equipa tremeu com o segundo golo sofrido e, com o terceiro, tombou de vez. Não foi só demérito dos red devils: o Bournemouth está, agora, em quinto lugar e já venceu Man. United, Man. City e Arsenal na Premier League. Iraola merece todos os créditos. Ainda assim, o United tem de fazer muito mais - e mitigar muitos erros.

Marcas negativas

O Manchester United voltou a perder em casa na Premier League, como havia acontecido da última vez que Old Trafford recebeu um jogo na competição, frente ao Nottingham Forest. Foi também a segunda vez consecutiva que os red devils sofreram três golos em casa, tal como havia acontecido com a equipa de Nuno Espírito Santo. Além dos erros defensivos, a eficácia revela-se como um problema cada vez mais grave: nos últimos dois encontros, este e com o Tottenham, o United fez mais de 20 remates em cada, a primeira vez desde abril que tal aconteceu. Marcou três golos e perdeu duas vezes.