A bola parada e a profundidade fizeram a diferença... para os dois lados
O momento em que Salah empata em casa do Arsenal
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Arsenal-Liverpool, 2-2 A bola parada e a profundidade fizeram a diferença... para os dois lados

Um ponto para Arsenal e Liverpool com golos de bola parada e com passes na desmarcação. 'Gunners' superiores não conseguiram impedir mais um golo de Salah a fechar

O domínio do Arsenal em maior tempo de jogo não se traduziu em vitória: os gunners empataram 2-2 com o Liverpool, com golos de bola parada e na profundidade para cada uma das equipas.

Sem Saliba e Odegaard, o alento de Arteta ficava-se pelo regresso de Bukayo Saka à competição. A lição estava bem estudada, com Thomas Partey a lateral-direito e uma pressão montada em 4x4x2, que, após os primeiros 10 minutos, muito condicionou o Liverpool, que não conseguiu integrar o meio-campo na fase de construção.

Os reds ficaram condicionados sem bola a partir do minuto 9, devido ao golo de Saka. A equipa de Arne Slot começou com uma pressão muito elevada, que Ben White conseguiu explorar com um passe longo a isolar o internacional inglês. Com a bola no pé, Saka fez o que os grandes fazem: sentou Robertson com um túnel e atirou sem hipóteses para Kelleher. Estava feito o golo, aberta a brecha na defesa visitante.

O palpável desconforto do Liverpool agudizava-se ao longo da primeira parte, mas a bola parada, tantas vezes amiga do Arsenal, revelou-se – num primeiro momento – uma inimiga, com van Dijk a fazer, na sequência de um canto, o golo do empate, ainda antes do minuto 20. Só que esta máquina do norte de Londres está muito bem oleada e, em mais um livre lateral, conseguiu, mesmo em cima do intervalo, com um cabeceamento de Merino a cruzamento irrepreensível de Declan Rice, colocar no resultado aquilo que acontecia em campo: a superioridade do anfitrião.

O segundo tempo revelou-se bastante infeliz para o Arsenal, que até conseguia ser superior, sobretudo antes do minuto 70, mas que não conseguia faturar. Konaté acertou nos lances com Martinelli, o mesmo fizeram Robertson e Tsimikas com Saka e começou a aparecer… Salah. O egípcio, que não conseguia receber a bola na primeira parte, teve finalmente tempo e espaço para conduzir o futebol dos reds, mesmo que o perigo escasseasse.

O jogo parecia dirigir-se para um final feliz para o Arsenal, sem o Liverpool criar perigo, mas, sem os lesionados Gabriel e Timber, que se tornaram mais duas baixas para a defesa de Arteta, o controlo de profundidade ficou mais sensível. Um grande passe de Alexander-Arnold viu Darwin a desmarcar-se, o altruísmo falou mais alto para o uruguaio e Salah, sozinho, bateu de primeira a passe do colega para empatar. Um grito de fúria no festejo do avançado perante os adeptos que se dirigiram ao Estádio Emirates, de um tubarão que, quando cheirou sangue, atacou – como sempre faz - para selar o 2-2 final.

Com este empate, o Arsenal vai em dois jogos sem vencer, depois da derrota em casa do Bournemouth. Este ponto serve ao Manchester City, que, assim, fica com mais um que o Liverpool no topo da tabela.