A 'bicada' de Pedro Proença sobre centralização de direitos televisivos
«Nenhum clube português pode internacionalizar-se indo sozinho ao mercado», declarou num almoço em Lisboa
Pedro Proença, presidente da Liga Portugal e da European Leagues, voltou a confirmar esta quinta-feira que a centralização dos direitos televisivos será uma realidade em Portugal. O país constitui, com o Chipre, a exceção à regra em termos europeus nesta matéria.
Numa alusão indireta, que, percebe-se, apontava a responsáveis do Benfica, clube que se tem mostrado mais reticente em relação ao processo (que se tornará legalmente obrigatório em 2028), Pedro Proença, durante uma apresentação num almoço-debate do Internacional Club of Portugal, em Lisboa, falou sobre o tema: «Queremos criar marca, internacionalizar a nossa Liga com 306 jogos e não com os 17 jogos de um clube que acha que sozinho vale mais que a Liga inteira. Só cinco clubes do Mundo se poderiam dar ao luxo de avançar sem as suas ligas e, infelizmente, nenhum deles é português.»
Desafiado pelo anfitrião, no final de uma sessão de perguntas e respostas, a dizer em que qualidade estaria num evento similar dentro de alguns anos, Proença foi cauteloso: «Certamente ao serviço do futebol.»
O tema de uma possível candidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol voltou a ser falado já no exterior da sala, em declarações aos jornalistas: «Nada mais a dizer sobre isto, nesta altura. Sou presidente da Liga, presidente da European League, sou membro do Comité Executivo da UEFA. E, portanto, neste momento estou a cumprir o meu mandato», afirmou, acrescentado que «haverá um momento certo para falar disso».
O presidente da Liga Portugal e da European Leagues congratulou-se ainda com a possibilidade, votada em Comité Executivo da UEFA, de as verbas de solidariedade das competições europeias continuarem a chegar aos clubes das segundas divisões. Um assunto que estará em cima da mesa da Assembleia Geral do organismo, que se reúne esta sexta-feira.
Pedro Proença manifestou, ainda, preocupação relativamente à ligação da B SAD ao Portalegrense. «O associativismo é fundamental na criação e nas relações com os clubes, e portanto essa itinerância vem quebrar com o espírito da solidariedade e do associativismo que tem de imperar. Um clube que é de Lisboa é de Lisboa e, portanto, não pode ser de Lisboa e de outra coisa qualquer. Mas tenho a certeza de que essa reflexão vai ter que ser feita», afirmou.