Estoril-Sporting, 0-1 A análise de Duarte Gomes à arbitragem da Amoreira: trabalho com alguns erros
Especialista de A BOLA avalia o trabalho do árbitro João Gonçalves e diz que ficaram dois penáltis por assinalar
João Gonçalves viajou até Lisboa para dirigir o GD Estoril-Praia/Sporting CP, que se realizou este sábado no Estádio António Coimbra da Mota.
O portuense, de 32 anos de idade, mostra condições potenciais para singrar ao mais alto nível. Não é fácil a adaptação à realidade do futebol profissional, muito mais rápido, exigente e mediático do que o futebol amador.
Neste jogo, João Gonçalves manteve a sua imagem personalizada e tranquila, mas errou na avaliação técnica e disciplinar de alguns lances (onde pelo menos num devia ter tido outra colaboração do seu VAR).
O processo de crescimento pressupõe acertar, errar e aprender.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
2' O problema dos lances atípicos e inesperados é quase sempre este: quando acontecem, a resposta nem sempre é a melhor. Por alguma razão, uma das exigências na arbitragem é foco constant, para que situações-surpresa nunca deixem de ser bem analisadas. Neste caso, Diogo Pinto saíu da sua baliza, deslizou em velocidade pelo relvado, nunca tocou/jogou a bola (longe disso) e derrubou Cassiano de forma muito, muito clara. É incompreensível a não intervenção do vídeo árbitro nestas circunstâncias. Ficou por assinalar pontapé de penálti para a equipa da casa.
17' Pedro Gonçalves partiu de posição irregular à esquerda do seu ataque. O árbitro assistente assinalou bem (e no tempo certo) a respetiva ilegalidade.
18' Gonçalo Inácio, em posição mais avançada no terreno, agarrou ostensivamente (e impediu de forma antidesportiva) a progressão de Guitane. A infração foi bem assinalada, mas naquelas circunstâncias era exigível que fosse sancionada com cartão amarelo. João Gonçalves teve leitura distinta.
47' Entrada dura de João Marques sobre Coates. A infração foi no limite para a advertência. Aceita-se por isso a gestão que o árbitro fez do lance (sem recurso à ação disciplinar).
51' Coates, no centro do terreno e com a bola a ser disputada à direita, levantou o braço esquerdo para impedir a desmarcação de João Marques. A intervenção do central uruguaio foi antidesportiva e devia ser sido sancionada com advertência (se o árbitro aplicou a vantagem, na primeira interrupção).
54' Ninguém da equipa de arbitragem conseguiu dizer ao colega de equipa que Diomande atingiu, de forma ostensiva, o rosto de João Marques (com o braço direito). A infração do costa-marfinense foi negligente e justificava advertência.
56' Daniel Bragança cruzou bola que ressaltou do joelho para o peito/braço direito e depois rosto de João Basso. O contacto foi inesperado e não punível. Lance bem analisado na área do Estoril.
59' Pedro Álvaro agarrou Gyokeres de forma irregular, mas a bola sobrou em boas condições para Trincão, que rematou à baliza adversária. João Gonçalves aplicou bem a vantagem.
63' Três ações de risco numa só abordagem: João Basso agarrou a camisola de Gyokeres, atingiu a coxa direita do sueco (com o seu joelho direito) e ainda pisou-lhe o pé esquerdo, quando este fez a rotação após domínio com o peito. Foram contactos a mais, que no conjunto contribuíram para o desequilibrio e queda do adversário. Ficou por assinalar pontapé de penálti para o Sporting.
75' Fabrício agarrou e derrubou Gyokeres, que seguia à sua frente. A infração foi bem sancionada com advertência.
76' João Marques carregou de forma legal Gyokeres. O médio usou o ombro esquerdo para afastar igual parte do corpo do adversário, com a bola jogável. Lance legal e bem analisado na área canarinha.
79' Erro de análise do árbitro, ao não assinalar infração clara e passível de cartão amarelo, de Bernardo Vital sobre Gyokeres. Na sequência, Coates protestou (após infração que aconteceu entretanto) e foi advertido.
90+1' Vinicius derrubou Koindredi e ainda pontapeou a bola para longe do local. Foi advertido com justiça.