Sporting-Man. City, 4-1 A análise de Duarte Gomes à arbitragem
Um bom árbitro, que cometeu alguns erros de avaliação
O alemão Daniel Siebert dirigiu o Sporting-Manchester City (4-1), que se disputou no Estádio de Alvalade. O também germânico Bastian Dankert foi o VAR.
Segue-se a análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
4' Phil Foden tirou a bola a Morita sem cometer infração sobre o japonês. Na sequência, o avançado inglês marcou o golo inaugural da partida. Golo bem validado.
16' Viktor Gyokeres cruzou a bola, que foi direta à mão esquerda de Simpson-Pusey. O lateral inglês tinha os braços em posição natural, para a circunstância, e não os movimentou nem efetuou um gesto evitável/desnecessário. Lance bem analisado na área do Manchester City.
20' Matheus Nunes foi apanhado em fora de jogo à esquerda do ataque dos citizens, numa decisão que deixou algumas dúvidas, tendo a conta a posição recuada de Debast na zona central do terreno.
34' Um daqueles lances 'tontos', que deixa qualquer pessoa sem saber bem o que pensar: Diomande perseguiu Bernardo Silva e, já dentro da sua área, agarrou a camisola do adversário (bem visível nas imagens), empurrou-o e carregou-o até que este caísse no relvado. Houve demasiado corpo e mãos sobre o médio português. Em rigor (e tendo em conta o critério utilizado mais tarde no lance entre Matheus Nunes e Geny Catamo), impunha-se o pontapé de penálti para a equipa inglesa.
38' Golo legal de Gyokeres, a restabelecer a igualdade em Alvalade.
45' Cartão amarelo bem exibido a Kovacic. O médio croata fez uma abordagem deslizante e negligente, atingindo a perna esquerda de Morita.
46' Segundo golo do Sporting, marcado por Maxi Araújo, após assistência de Pedro Gonçalves. Jogada legal.
47' Gvardiol, atrás na jogada, carregou de forma muito evidente as costas de Francisco Trincão. O central croata tocou também na coxa direita do adversário, mas a infração determinante, aquela que derrubou Trincão, foi a que não pressupôs tentativa em disputar a bola. Pontapé de penálti bem assinalado. Faltou amarelo ao defesa por corte irregular de ataque prometedor.
55' Erro de interpretação de Siebert em zona perigosa: Pedro Gonçalves ganhou a frente da jogada, não cometendo falta sobre Rico Lewis. O árbitro erradamente assinalou pontapé-livre direto perto da área do Sporting e advertiu (mal) o jogador português.
65' Regra geral, os ressaltos tornam a trajetória da bola inesperada, o que anula quase sempre existência de infração por 'mão na bola'. Uma das raras exceções é quando os braços do jogador estão abertos de forma totalmente evitável, devido a abordagem arriscada ao lance. E foi exatamente isso que aconteceu aqui: Diomande entregou todo o corpo (e braço direito) ao remate de Bernardo Silva, tirando vantagem disso ao desviar claramente a trajetória da bola. Pontapé de penálti bem assinalado.
73' Amarelo bem mostrado a Maxi Araújo por agarrar Savinho, impedindo a progressão do extremo para zona prometedora. A reação do brasileiro (empurrou o adversário) foi antidesportiva e bem sancionada com advertência.
79' Matheus Nunes perseguiu Geny Catamo, estorvando fisicamente a ação do moçambicano, mas foi já dentro da sua área que impediu de forma irregular a progressão do adversário. Pontapé de penálti sim, tal como o cometido antes e de forma mais visível, por Diomande (34').
87' É normal que alguns jogadores dêem sinais de frustração quando estão em desvantagem no marcador, mas a entrada de sola na perna (De Bruyne sobre Pedro Gonçalves) tinha mesmo que valer advertência para o jogador belga. O árbitro assim não entendeu, não perdoando depois a reação de Hjulmand (viu amarelo). Momentos que não ajudam a entender decisões.