Aubameyang relata assalto em casa: «Quando agarraram os meus filhos…»
Gabonês diz que deixou Barcelona devido à insegurança
No verão de 2022, Pierre-Emerick Aubameyang viveu uma situação aterradora na sua casa em Barcelona, cuja memória ainda o persegue . Em entrevista ao The Athletic, o avançado fala sobre esse incidente e de como ele influenciou a sua mudança para a Arábia Saudita.
Sobre aquela noite de 28 de agosto de 2002, o avançado recorda como foi interrompido por um filho quando estava a jogar videojogos.
«O meu filho mais velho entrou e disse-me: 'Pai, há pessoas em casa', e eu disse-lhe para se esconder. Vieram da rua, onde a minha mulher estava a fumar com a minha prima e o namorado dela. Eles tinham uma arma, agarraram-no a ele e entraram em casa. A minha mulher só gritava», relata.
O agora jogador do Al-Qadisiyah conta que agarrou uma garrafa grande e subiu ao andar de cima para enfrentar os agressores. «Eram quatro ou cinco e aquele que tinha a pistola disse-me para me sentar. Recusei e respondi: 'Diz-me o que queres'. Falámos e ele disse: 'Senta-te', e eu respondi: 'Não'. Foi então que começou a bater-me», recorda.
Aubameyang garante que se estivesse sozinho em casa teria partido para o confronto. Mas houve algo que o fez mudar de ideias imediatamente. «Consigo aguentar tudo. Os meus pais ensinaram-me a estar pronto para tudo o que acontecesse na minha vida. Mas quando um deles desceu e agarrou os meus filhos... Aí, não havia nada que pudesse fazer. Se cometesse um erro, poderia acontecer-lhes alguma coisa. Por isso, percorremos a casa e dei-lhes o que queriam», acrescenta, sobre o assalto em que foram roubadas joias, relógios e outros objetos de valor.
O pior, porém, foi o trauma que isso provovou. «Depois disso, os meus filhos não queriam ir à escola, estavam assustados. Durante um ano, o mais novo dizia que não conseguia dormir sozinho. Foi muito difícil, estamos constantemente a pensar no que aconteceu», revela, confessando que também a ele o incidente deixou marcas.
«Durante muitas noites não consegui dormir e pensei muito sobre o assunto. Tenho pesadelos. Sou uma pessoa que, se não dormir bem, não consigo dar à equipa aquilo que esperam de mim. Ainda tenho a casa em Barcelona, mas não voltei lá. Penso em começar a arrendá-la, porque os meus filhos não querem ir a Barcelona. Cometi um erro ao não falar com ninguém. Se tivesse falado com um terapeuta, talvez tivesse ajudado. Mas não queria fazer nada, estava perdido», lamenta.