Benfica: a conferência de Bruno Lage na íntegra
Treinador dos encarnados abordou jogo com o Boavista com cautela, explicando que os jogadores estão «avisados» e diz que «não é a correr para a linha para celebrar que se conquista os adeptos»
— Como está o Benfica antes do jogo com o Boavista no Bessa?
— Há três coisas muito importantes. Temos sido equipa aguerrida, vertical, com muita velocidade e com grande espírito de equipa. Segundo apontamento, jogar no Bessa tem sido difícil para o Benfica, face à qualidade do nosso adversário. E vamos jogar fora de casa. O terceiro ponto, não há cá mudanças de chip para nada, ir para jogo, jogar com qualidade e conquistar os três pontos, tem de ser forma de estar, não há tempo para mudar chip de Liga dos Campeões para campeonato, temos de ir firmes para o jogo.
— Ganhar jogos dá mais estabilidade ao clube?
— Sobre ontem, é um momento à Benfica, as pessoas têm de discutir o Benfica é fora de campo. Temos de estar determinados em relação ao que acontece dentro de campo. Eu e os jogadores estamos focados no que acontece em campo e a minha missão é treinar e blindar a equipa para o que acontece fora de campo, prepará-la da melhor maneira, treiná-la, ganhar jogos, criar oportunidades de golo, marcar golos, conquistar pontos. Temos de jogar da forma como os nosso adeptos gostam, essa é que é a nossa preocupação.
— Toda esta contestação que existe torna mais difícil passar a sua mensagem?
— Não temos tido tempo para nada, as minhas últimas horas foram assim: chegar sexta-feira a Beja por volta as 15 horas e chegámos ao Seixal às 17 horas, foi treinar e preparar o jogo, saí daqui perto das 21 horas, 21.30 horas para chegar a casa às 22 horas, já os meus filhos estavam a dormir. No dia seguinte saí de casa às 6.30 horas para ser o primeiro a chegar e preparar as coisas, saí daqui às 20 horas. Hoje a mesma coisa, estamos aqui, depois temos concentração na Luz e seguimos para estágio. Concentração tem sido em relação a atletas e equipa, analisar o jogo, os aspetos que fizemos bem, que temos fazer bem e mais vezes, prolongar bons momentos no jogo e preparar da melhor maneira a estratégia para o jogo seguinte.
— Pavlidis tem apenas um golo em seis jogos, sente o jogador frustrado?
— Neste momento interessa é a equipa, não importa quem marca, temos de ganhar e conquistar pontos. Se nós queremos que seja o nosso guarda-redes a iniciar o ataque com construção curta e ou longa, então também se pede ao ponta de lança que seja o primeiro a defender, que perceba o ritmo para meter a pressão, se é para segurar a equipa, se é para dar passos em frente, se é para não abrir o espaço interior da equipa. Há um conjunto de funções defensivas e ofensivas, todos eles têm feito esforço enorme, Pavlidis tem feito trabalho muito bom para a equipa e isso é que é o mais importante.
— Começou a conquistar os adeptos, a trazer estabilidade ao futebol, sente que pode unir adeptos? Importa vencer no Bessa também porque é um jogo entre duas assembleias gerais?
— O meu papel neste momento é ganhar e criar uma dinâmica de vitória, fazer a equipa crescer fisicamente, tecnicamente e taticamente. Que os nosso momentos bons se prolonguem mais no tempo e só assim é que se conquista os adeptos. Não é por mim a ir a correr até à linha para celebrar uma vitória importante, não é assim que se conquista os adeptos, mas a jogar bom futebol ofensivo e atrativo, com oportunidades de golo. Tem de ser papel do treinador e dos jogadores. Adeptos que estiveram na Luz com o Santa Clara e em Belgrado nas competições europeias foram importantes, vai ser importante sentir o apoio dos adeptos no norte. Quando a onda começa empurra a equipa para a vitória e sei disso porque vivi e joguei com estádios vazios e é uma diferença enorme.
— É mais provável Bah jogar ou não? E se Ausrnes e Tomás Araújo podem ser alternativas a Kaboré como laterais-direitos.
— Temos até à hora do estágio para tomar uma decisão sobre Bah. Em relação ao outro tema [Kaboré]. Foi por ali [lado direito] quer o adversário atacou, porque quis e sentiu que poderia atacar por ali. Dentro de campo ajustámos e não deixámos adversário criar muitas oportunidades, à exceção do golo. Mas as expectativas de Bah recuperar são muito grandes, mas qualquer das outras opções pode jogar a lateral-direito.
— Foram os jogos fora que conduziram à saída de Roger Schmidt. O que pode o Benfica de Bruno Lage fazer de diferente no primeiro jogo fora para a Liga?
— Exisgência. Não pode haver espaço, não há mudanças de chip, jogar com seriedade, pois estamos a defrontar adversário forte no seu reduto. Nos últimos anos tem sido muito difícil para o Benfica, jogadores estão avisados. Jogadores não têm tempo para pensar no que pode acontecer amanhã.
— Características de Amdouni podem ser importantes para o jogo de amanhã? Merece um lugar na equipa titular?
— É sim e sim, toda a gente está a merecer lugar no onze, é aproveitar o momento. Falei com os atletas sobre algo que tinha dito na conferência depois do jogo em Belgrado e que era importante, que não há jogadores de Roger Schmidt e de Bruno Lage, que há jogadores do Benfica, tinham de ouvir isso da minha boca e olhos nos olhos. Têm de estar preparados para tudo, para jogar 90 minutos, para jogar 5 minutos, para correr pela equipa. As minhas decisões não são contra jogador algum, são em função do que acontece no jogo. Amdouni jogou pois tem perfil que nos poderia dar profundidade ao jogo naquele momento, tem maior mobilidade em relação aos outros dois avançados. Noutro momento optaremos por outro jogador. Vamos ao pouco conhecendo os jogadores.