Rubiales recorre da suspensão da FIFA: «Sem fundamentos»
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Rubiales recorre da suspensão da FIFA: «Sem fundamentos»

INTERNACIONAL30.10.202316:03

Banido do futebol pelo Comité Disciplinar da FIFA, por um período de três anos, Luis Rubiales já anunciou que vai apresentar recurso junto do Comité de Apelo. Em mensagem divulgada nas redes sociais, o antigo presidente da federação espanhola de futebol deixa duras críticas à FIFA pela forma como conduziu o processo relativo ao comportamento na final do Mundial Feminino, no qual beijou a jogadora Jenni Hermoso.

Rubiales começa por referir que foi notificado do processo a 24 de agosto, e que foi então concedido um prazo de 10 dias para apresentar a sua defesa, mas que apenas dois dias depois foi suspenso preventivamente, por um período de 90 dias.

Essa decisão, garante Rubiales, surgiu na sequência de uma troca de emails entre o presidente do Comité de Disciplina e Jenni Hermoso, no qual Jorge Palacio perguntava à jogadora se podia integrar no processo a declaração que esta tinha publicado via FUTPRO.

«Uma hora a 12 minutos depois de receber o email da jogadora, e sem dar-me possibilidade de testemunhar, ou de juntar qualquer prova, fui suspenso dos meus cargos», resume o antigo dirigente máximo da federação espanhola.

Rubiales queixa-se a decisão do inquérito surgiu «sem fundamentos», e que, cumpridos 66 dias da suspensão provisória de 90 dias, não teve direito sequer a uma audiência completa.

O antigo presidente da federação espanhola acrescenta ainda que a suspensão provisória foi decidida com o pressuposto de que podia ser um entrave à investigação, mas lembra que apresentou a demissão a 11 de setembro (inclusivamente do cargo de vicepresidente da UEFA). «Se não ocupava qualquer cargo, como podia ser um perigo para o inquérito?», questiona.

Rubiales defende ainda que a investigação «decidiu incluir unicamente» os testemunhos prejudiciais à sua defesa, e acrescenta que a Secretária Geral da FIFA, Fátima Samoura, chegou a descrevê-lo como «a maior desgraça do futebol mundial».

«É óbvio que o linchamento político e mediático geraram uma onda em que determinadas instituições quiseram atuar de determinada forma, mais do que preservar a presunção de inocência ou dar a todas as partes as mesmas oportunidades, para que o processo fosse justo e proporcional. Que cada um tire as suas conclusões. Também tenho claro que, apesar dos esforços de determinados políticos, meios de comunicação e instituições, cada vez fica mais clara a desproporção e injustiça aqui cometidas», acrescenta Rubiales.

A fechar, o antigo presidente da federação espanhola queixa-se da rapidez com que a FIFA tornou pública a suspensão, que nem lhe deu tempo de ver o correio eletrónico, acabou informado pela comunicação social.