JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Primeira sessão da legislatura encerra sem presidente eleito na Assembleia da República

Em nenhuma das votações foi registado o número mínimo de votos

A primeira sessão da XVI legislatura terminou sem a eleição do novo presidente da Assembleia da República, ainda que os trabalhos tenham sido encerrados já depois das 23 horas desta terça-feira.

Foram realizadas duas votações, cada uma com duas voltas, mas nenhum candidato conseguiu os 116 votos necessários para ser eleito para liderar o Parlamento.

Os trabalhos serão retomados nesta quarta-feira, pelas 12 horas, sendo que o prazo para apresentação de candidaturas expira uma hora antes.

O social-democrata José Pedro Aguiar-Branco parecia certo como novo presidente da Assembleia da República, mas na primeira votação teve apenas 89 votos. Houve 134 votos em branco e sete nulos.

O PSD chegou a informar que seria retirada a candidatura de Aguiar-Branco, mas este avançou mesmo para uma segunda votação, na qual teve 88 votos, menos dois do que Francisco Assis, indicado pelo PS. O Chega propôs Manuela Tender, antiga deputada social-democrata, que recebeu 49 votos.

Aguiar-Branco e Assis foram assim à segunda volta, mas mantiveram os apoios, com 52 votos em branco na equação.

O comunista António Filipe, convidado pelo PSD a liderar a primeira sessão plenária, por ser o parlamentar mais antigo, encerrou os trabalhos já depois das 23 horas.

Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, foi o mais inconformado na reação ao sucedido, apontando o dedo a André Ventura, líder do Chega: «O Parlamento está refém de um irresponsável: chama-se André Ventura. As pessoas estão em casa à espera de soluções para o futuro e assistem a este tristíssimo espetáculo de alguém que tem os portugueses, a Democracia e o Parlamento refém de uma birra.»

Ventura revelou a intenção de pedir uma reunião ao líder do PSD, Luís Montenegro, com o intuito de alcançar um acordo à direita.

ARTIGO ATUALIZADO