Urna com os restos mortais de Eça de Queiroz na cerimónia de concessão de Honras de Panteão Nacional.
Urna com os restos mortais de Eça de Queiroz na cerimónia de concessão de Honras de Panteão Nacional. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Panteão Nacional recebe restos mortais de Eça de Queiroz

DIVERSOS08.01.202510:13

A trasladação acontece 125 anos depois da morte do autor

Concretiza-se esta quarta-feira a trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional, em Lisboa. 

A trasladação acontece 125 anos depois da morte do autor e político e quatro anos depois da aprovação no Parlamento, uma vez que foi preciso superar uma batalha judicial com a família - bisnetos do escritor não desejavam ver os restos mortais de Eça a sair da aldeia de Santa Cruz do Douro, no concelho de Baião, onde estava sepultado.

A cerimónia arrancou em São Bento e o cortejo, com a urna numa charrete, encaminhou-se pela Rua de São Bento, com escolta de honra a cavalo, até ao Panteão Nacional, onde o esperavam o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, e o primeiro-ministro Luís Montenegro.

À chegada, pelas 11 horas, foi interpretado o hino nacional e o elogio fúnebre feito por Afonso Reis Cabral, trineto de Eça e presidente da Fundação com o nome do escritor. Decorreram vários momentos musicais e houve lugar à leitura de excertos de obras.

A cerimónia foi concluída com a assinatura do Termo de Sepultura do Panteão Nacional e a urna transportada por militares da GNR até à Arca Tumular. A bandeira nacional que estava em cima da urna desde que os restos mortais saíram da Assembleia da República foi dobrada por dois militares da GNR, que a entregaram ao presidente da República. Marcelo deu-a a Afonso Cabral.

A trasladação de Eça para o Panteão é a 13ª da história do país e a sétima em democracia.

O escritor, autor de obras como Os Mais ou O Crime do Padre Amaro, morreu em agosto de 1900 em Neuilly-sur-Seine, quando exercia o cargo de cônsul de Portugal em Paris. Os restos mortais foram trasladados para Lisboa de barco um mês depois e foram sepultados no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Em 1989, a Fundação Eça de Queiroz decidiu pela trasladação para o cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião, onde ficou até este fim de semana.

(atualizado às 13.11 horas)